Volto a escrever de novo. E é claro que é para refletir, mais uma vez. E como mandam os clichês, sobre a vida.
Um vai vem estranho. Doce é sentir o sangue fluir quando a gente pensa que sabe sobre alguma coisa, e não sabe de nada. Quando acha que tudo é daquela forma, e vem algo para desestruturar nossas bases.
Meu caso foi mais ou menos assim: nunca achei que alguém poderia se apaixonar por mim. Já estava até acostumado com a idéia de ser um amigão, um broder e um companheiro de muitas. Mas daí, do nada, aparece aquele lance. Lutei de todas as formas para tentar achar em que momento aquilo estava errado, mas não estava. E lá estava eu quebrando a cara sobre como a vida pode me pregar peças: mesmo sendo uma pessoa fria e racional, alguém totalmente passional se declarava por mim.
E isso me fez refletir. Sim, todos tem o seu lugar ao sol. Mesmo sendo o que somos, sempre tem alguém em algum lugar para dizer “eu gosto de você”. Me lembrei daquela música do Zeca Baleiro, que dizia “no mundo, tem alguém que diz, que tanto te amo, que muito te ama”.
Entretanto, quase que com a mesma velocidade, aprendi novamente que, apesar das coisas serem assim, elas também podem não ser. Tomei um susto e me peguei desprevenido quando, ao me entregar, mesmo que de forma demorada, o lance foi assim, embora. Que não podíamos correr a chance de viver algo intenso, pois haviam machucados do passado dos quais eu nem tinha noção.
Assim, meu eu romântico voltou a se calar, e deu espaço para o velho frio e racional, que voltava dizendo “eu sabia, nem tudo são rosas”. Ah, se minha vida fosse um livro, seria daqueles romances chatos, cheio de melancolias já vistas em algum filme antigo.